Segundo investigadores, Monique recebeu oferta de curso de inglês três horas após o enterro e perguntou se era presencial. No dia seguinte, procurou por aulas de culinária em uma rede social e mandou mensagem privada: ‘Tenho interesse em fazer uma aula prática com você. Como faço para entrar na lista de espera?, questionou.
Por Erick Rianelli, Felipe Freire, Leslie Leitão e Elis Silvestri, TV Globo
A Polícia Civil descobriu que, após o enterro de Henry Borel, a mãe do menino, Monique Medeiros, procurou cursos de inglês e de culinária.
As mensagens foram publicadas na edição desta terça-feira (13) do jornal O Dia. O RJ1 também teve acesso ao conteúdo.
No dia 10 de março, cerca de três horas depois do enterro de Henry, Monique recebeu uma oferta com desconto de 40% para o curso de inglês.
Segundos depois da mensagem chegar, ela responde, perguntando se o curso é presencial.
No dia seguinte ao enterro de Henry, Monique procura por aulas de culinária.
Ela encontra uma professora, numa rede social, e manda uma mensagem privada:
“Boa tarde. Sou Monique Medeiros, tenho interesse em fazer uma aula prática com você. Como faço para entrar na lista de espera? Um grande beijo em seu coração”.
Monique e Dr. Jairinho estão presos desde o dia 8 deste mês por suspeita de homicídio duplamente qualificado. Henry morreu no dia 8 de março.
Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, a polícia acredita que Henry foi assassinado. Falta esclarecer como o crime foi cometido.
Novo depoimento da babá
No novo depoimento que prestou à polícia, a babá Thayná Oliveira Ferreira disse que assim que soube das lesões de morte de Henry, “logo associou às agressões” que o vereador Dr. Jairinho cometia contra o menino. Ela admitiu ter mentido na primeira vez que foi ouvida pela polícia por medo do que Jairinho tinha feito contra uma criança e do que poderia acontecer com ela.
Ela diz que se sentiu “intimidada” durante uma conversa com Monique Medeiros, que pediu, de forma “impositiva”, que ela dissesse à polícia que nunca tinha visto ou ouvido nenhuma agressão à criança e omitisse as brigas que presenciou envolvendo o casal.
Segundo ela, a mãe do menino também pediu para que ela apagasse todas as mensagens que trocaram pelo celular sobre as agressões.
Thayná contou à polícia que o encontro aconteceu alguns dias após a morte do menino, no escritório do advogado do casal, e que foi marcado por Thalita, irmã do vereador Dr. Jairinho.
A babá foi ouvida por mais de 7 horas na 16ª DP (Barra da Tijuca). Ela admitiu que sabia das agressões e falou que o próprio menino relatou tudo à mãe por chamadas de vídeo. Ao saber sobre o que Henry havia contado, o vereador Dr. Jairinho teria ficado agressivo.
Henry estava no apartamento onde a mãe morava com o vereador Dr. Jairinho, na Barra da Tijuca, e foi levado por eles ao hospital, onde chegou já sem vida na madrugada de 8 de março;
O casal alegou que o menino sofreu um acidente em casa e que estava “desacordado e com os olhos revirados e sem respirar” quando o encontraram no quarto;
Mas os laudos da necropsia de Henry e da reconstituição no apartamento do casal afastam essa hipótese;
O documento informa que a causa da morte foi hemorragia interna e laceração hepática [no fígado] causada por uma ação contundente [violenta].
A polícia diz que, semanas antes de ser morto, Henry foi torturado por Jairinho. Monique sabia;
Em 8 de abril, Dr. Jairinho e Monique foram presos temporariamente, suspeitos de homicídio duplamente qualificado, de tentar atrapalhar as investigações e ameaçar testemunhas.
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