CPI DA JMK SE REÚNE MAIS UMA VEZ COM IMPORTANTES DEPOIMENTOS

Fotos: Orlando Kissner

Na manhã desta terça-feira (03) os deputados que integram a comissão que investiga possíveis irregularidades no contrato de manutenção da frota de veículos no Governo Richa reuniram-se para ouvir Thiago Mallard Scaldaferri, ex-gerente financeiro da empresa JMK por, aproximadamente, um ano.
Em seu depoimento, Thiago contou aos deputados que desde que assumiu a função percebeu uma desorganização da empresa, que sua principal missão era a de otimizar os trabalhos e que a saúde financeira gerava desconforto devido ao volume de fornecedores ligando e sem caixa para pagar.

O ex-gerente afirmou que a empresa não possuía capital de giro, que dependia dos pagamentos do Governo para quitar as dívidas com os fornecedores e que devido ao atraso por parte do Governo, não era possível quitar os débitos corretamente.

Scaldaferri disse aos deputados que não tinha acesso à conta bancária da Caixa Econômica Federal que era utilizada para receber os valores do Governo e que os pagamentos aos fornecedores eram realizados por ele, através de uma conta do banco Bradesco após apresentar uma planilha dos débitos aos dirigentes da empresa. Esses débitos nem sempre eram quitados na totalidade, sendo que os pagamentos eram realizados com “recursos repassados pelo Aldo e Alessandro que tinham acesso à outra conta” e que, em alguns casos, ele próprio sacava um cheque da conta da Caixa para pagamentos em espécie e valores também que eram entregues aos diretores da empresa.

O deputado Delegado Jacovós, relator dos trabalhos da CPI, considerou uma situação anormal. “O gerente declarou ter conhecimento de coisas anormais que ocorriam na empresa. As pessoas, que eram os verdadeiros proprietários, mandavam ele fazer saques de valores que não era para pagamentos corriqueiros da JMK”.

Além do ex-gerente financeiro, quem prestou depoimento foi o gestor do contrato na Secretaria Estadual da Educação (SEED), Elias Ferreira da Silva e o mesmo afirmou que a frota da Secretaria era de, aproximadamente, 500 veículos, muitos deles, utilizados pelos Núcleos Regionais de Educação. Segundo Elias, as demandas não eram atendidas pela empresa e os chefes dos Núcleos não conseguiam resolver, por isso, as pendências eram encaminhadas à SEED que acionava o Departamento de Gestão do Transporte Oficial (DETO) para providências. “Na grande maioria conseguia resposta do Deto. Tínhamos diariamente um fluxo de reclamação por atraso na execução dos serviços”.

Último a depor, o fiscal do contrato na Polícia Militar do Paraná (PMPR), major Alessandro Galeski, relatou que diversos pontos do contrato entre Governo e JMK que não eram cumpridos pela empresa. “O que esperávamos era que a empresa gerenciasse a frota de forma preventiva, o que nunca aconteceu”, já que essa função acabava sendo executada por policiais.

Outro ponto levantado pelo major foi em razão da retenção de veículos pelas oficinas em razão do não recebimento dos valores pela JMK. Fez o relato de um micro-ônibus da Academia do Guatupê que foi para conserto e após de pronto a oficina não liberou. “Vi o ônibus circulando próximo à oficina, estava em testes, pronto, e a oficina dizia que não estava pronto. Ficamos reféns das oficinas e o mesmo caso acontecia com ambulâncias e caminhões que estavam prontos e retidos esperando pagamento da JMK”.

O deputado Delegado Jacovós lembrou de caso semelhante quando era delegado de Polícia em Apucarana. “O dono da oficina disse que não ia liberar a viatura e eu tive que mandar prender o dono da oficina para liberar a viatura. Chegava a esse extremo, por sua vez, a JMK recebia sim do Estado e era suficientemente possível pagar as empresas”, concluiu.

Para o presidente da CPI, deputado Soldado Fruet (PROS), os depoimentos coletados até o momento demonstram a necessidade das apurações realizadas pelos deputados. “Essas diversas irregularidades comprovam que quem sofria era a sociedade paranaense que não estava sendo atendida. Não estamos falando em economia e sim da questão do atendimento à população. Essa CPI não foi aberta só para ver o que o Estado perdeu economicamente, mas o que a sociedade paranaense perdeu com a falta de atendimento por causa dessas irregularidades da empresa. A CPI cumpre seu papel, os deputados estão colaborando muito e a sociedade paranaense está entendendo porque não tinha viatura na rua”, disse.

Participaram ainda da reunião desta terça-feira os deputados Michele Caputo (PSDB), Delegado Recalcatti (PSD), Delegado Fernando Martins (PSL), Alexandre Amaro (Republicanos), Paulo Litro (PSDB), Emerson Bacil (PSL), Tião Medeiros (PTB) e a deputada Mabel Canto (PSC).

Fonte: Assessoria de Comunicação deputado Jacovós com Diretoria de Comunicação Alep/Pr.

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